quinta-feira, 26 de junho de 2008

O Guppy

Fichas de peixes

E assim voltamos ao princípio: o Guppy






Na foto vemos um cardume de Guppy
criados em casa





Pesquisa e adaptação:
Mário d'Araújo









Na foto um exemplar
macho de bela coloração







Começando pelo passado

A maioria do(a)s aquariófilo(a)s, ainda menino(a)s, tiveram as primeiras aventuras aquáticas com o conhecido guppy (Poecilia reticulata) que há pouco tempo passou para Lebistes reticulatus. Uma grande parte dele(a)s mudaram para espécies de maior dificuldade, à medida que evoluíam os seus conhecimentos. Na maioria dos casos o primeiro amigo ficou esquecido. No entanto aquela atracção do Guppy, que nos fascinou ainda crianças, pode ser ainda mais interessante mesmo para aqueles que já ‘sabem tudo’ (ou quase tudo).
Nunca é tarde para começar de novo com um dos peixes mais bonitos do comércio. Nenhuma outra espécie oferece cores tão brilhantes, resistência, facilidade de reprodução e uma beleza tão natural como o Guppy. Quando introduzimos um cardume num aquário só para Guppys ou num aquário comunitário em conjunto com espécies tranquilas, o resultado final pode ser simplesmente deslumbrante! Um preço razoável que permite praticamente a todos, novos ou velhos, fazer parte do universo de um dos nossos amigos mais antigo: o Guppy.
Outra das razões que fizeram a popularidade do Guppy ao longo dos tempos, é a pacificidade da sua natureza. São os hóspedes ideais pela sua resistência, capaz de aguentar as ‘escorregadelas’ do principiante e não só. Muitas vezes se diz que são peixes tímidos, o que não corresponde à verdade: eles gostam de se pavonear nas zonas de água livre, bem à frente do aquário, tornando-os os favoritos da miudagem. É a eles que todas as outras espécies tropicais devem agradecer a popularidade que atingiram. Uma história longa, com mais de 100 anos de reprodução em cativeiro (na América), que faz dele um dos mais baratos e interessante peixe tropical.

História?

Vamos gastar algumas linhas com as origens e habitat deste pequeno peixe, nativo da América, passando pelos Barbados e Trinidad. Esta pequena maravilha é reproduzida com fins comerciais em praticamente todo o mundo. No passado, algumas fugas dos circuitos de criação, permitiram o alargamento dos territórios naturais dos Guppys. O seu nome deriva do Reverendo Robert John Lechemere Guppy que enviou alguns exemplares para o Museu Britânico em 1866, onde recebeu o nome de Girardinus guppi, conforme descrito por A.C.L. Guenther, que lá trabalhava e que tinha conhecimento do nome Girardinus reticulata, escolhido pelo entusiasmado Wilhelm Peters , em 1859, quando recebeu a primeira remessa de Guppys, da Venezuela. Cerca de 70 anos mais tarde, as experiências dos cientistas russos Samokhvalov, Kirpichnikov e Blacher levaram à descoberta da genética do Guppy em 1939. Uma pesquisa subsidiada pela fundação Carlsbad, com os lucros obtidos na venda de cerveja (que é o que se deve beber quando o chefe não está a ver!).
Debaixo da alçada do império britânico, os Guppys foram introduzidos em várias regiões tropicais para controlar as larvas de mosquitos, num esforço para reduzir os riscos da malária. Muito mais tarde descobriu-se que o peixe-mosquito (Gambusia holbrooki) cumpria esta tarefa com muito mais eficácia, substituindo, por isso, o Guppy nessas funções. Infelizmente, e quase demasiado tarde, também se descobriu que a agressividade do peixe-mosquito levou quase à extinção muitas espécies nativas.
Os Guppy selvagens não têm comparação com os seus congéneres de cativeiro. A linhagem selvagem é mais pequena e pouco colorida. As fêmeas são castanhas ou acinzentadas, com barbatanas quase sem cor ou mesmo descoloridas. A pele das fêmeas está coberta de pequenas células de pigmento negro, melanóforos, que permitem uma rápida mudança de cor em caso de perigo. Se, por acaso, estiverem perto de fundos arenosos, conseguem clarear a cor de modo a passarem despercebidas. O mesmo peixe consegue activar as células de pigmentação escura, caso se desloque para zonas rochosas mais escuras..

Características físicas

O Guppy pertence aos Ciprinodontídeos, que incluem os vivíparos (platys, guppys, espadas, etc.) e ovíparos (killis). Este grupo inclui todos os peixes com pequenos dentes nas maxilas e são, em certas zonas, chamados de ‘carpas dentadas’ (toothcarps).
As fêmeas guppy crescem até 6,5cm, e começam a procriar com 2,5cm. Os machos atingem apenas 3,5cm e têm um corpo mais pequeno que o das fêmeas. Os machos ostentam cores muito bonitas, ao contrário das fêmeas, que são pouco coloridas. As novas técnicas de criação e os cruzamentos feitos ao longo dos últimos anos deram origem a novas linhagens de fêmeas com barbatanas coloridas e/ou parte do corpo colorida.
Também existem, ainda, alguns criadores menos escrupulosos, que utilizam hormonas para coloração dos seus animais. Certifique-se de que não compra animais obtidos desta maneira imoral, pois que um dos efeitos secundários é a esterilidade.
Os guppys podem ser classificados pela cor, forma e tamanho das barbatanas. As cores variam de linhagem para linhagem e vão das cores fortes às tonalidades pastel (mais suaves). As caudas apresentam as mais variadas formas e tamanhos, desde a cauda-de-lira, a delta, a laçarote, a espada (simples e dupla) até à redonda (vulgar nas fêmeas).

E o aquário?

Não é novidade para ninguém, que já teve o prazer da presença dos guppys, que eles aceitam água nas mais diversas condições, com ou sem sal. Apesar da aceitação desta flutuação dos parâmetros da água, não quer dizer que não lhes proporcionemos a melhor qualidade de água possível.
Não os devemos meter, NUNCA, em globos de vidro ou equivalente. Eles merecem de facto as mesmas condições de vida que as espécies muito mais caras.
Escolha sempre o maior aquário que as suas finanças (ler: a sua mulher/o seu marido) autorizem. Proporcionando uma boa qualidade de água (devidamente acondicionada), que podemos manter com um pH de 6.2 a 7.2 (verificar com testes adequados) sem variações bruscas, e uma dureza de 10ºdgH a 20ºdgH (que pode controlar com um teste de dureza total e corrigir, se necessário, com um produto adequado, por exemplo com o sera-sal mineral). Uma boa filtragem e um ambiente (decoração) quase como na natureza, o(a) aquariófilo(a) será premiado(a) com muitos anos na presença de um belo aquário e muitas criações.
A temperatura ideal ronda os 24ºC (basta verificar com um termómetro de aquário), que serve perfeitamente para o período de reprodução. Conforme a origem poderá ser necessário acrescentar (ou não) um pouco de sal (aquele que é utilizado para reconstituir a água dos aquários marinhos) na água (de 0 a 1g/litro). Mesmo deixados sem muitos cuidados, os guppys continuam a reproduzir-se, por isso não se esqueça de considerar no espaço do seu aquário e no equipamento de filtragem: as próximas gerações!

A fábrica de bebés ...

A maturidade em curto espaço de tempo é uma das razões que faz do guppy um peixe tão popular. São ovovivíparos, com fertilização interna. Os bebés nascem auto-suficientes. Os pais não colaboram em nada, quanto às necessidades dos filhotes. No entanto isto não parece afectar os jovens guppys em nada, que, caso não haja problemas, crescerão rapidamente até à maturidade.
A evolução da espécie levou à transformação da barbatana anal do guppy em órgão sexual, o gonopódio. Este órgão, de carácter único, transfere o esperma, do macho para a fêmea, através da cloaca desta. O gonopódio é o resultado da fusão do terceiro, quarto e quinto espinhos da barbatana anal, típico dos Ciprinodontídeos. Na extremidade deste órgão podemos encontrar uma série de pequenos ganchos que permitem a fixação do macho à fêmea durante a cópula. Uma fêmea poderá parir de 20 a 40 crias, dependendo do seu tamanho. Regra geral, quanto maior é a fêmea, maior é o parto. O recorde mundial (até à data) é do Chicago Shedd Aquarium que registou 244 pequenos guppys de uma só fêmea, tendo sobrevivido 238! Outra particularidade das fêmeas é a de poderem ter vários partos seguidos, sem inseminação prévia, portanto, sem a presença dos machos. Este fenómeno é chamado de superfetação e ocorre pelo facto de existirem pregas, na zona genital das fêmeas, que armazenam o esperma, até que este seja necessário para a fertilização.
De modo a preparar uma reprodução selectiva, o(a) aquariófilo(a) deve escolher primeiro, vários guppys que apresentem as mesmas características as quais nós acreditamos que poderá intensificar e assim criar uma linhagem de guppys com aquilo a que se pode chamar hereditariedade. Estas características passam pelas caudas longas, coloração fora do vulgar, ou outras que possam fazer as delícias do(a) criador(a).
Escolha fêmeas da mesma linhagem dos machos de modo a reforçar a linha genética e ao mesmo tempo poupar um tempo precioso na busca de uma nova variedade.
Devido ao facto de poucas linhagens serem ‘puras’ (produção de peixes iguais de umas gerações para as outras) é muito provável que lhe apareça uma característica nova em poucos anos. Há uma série de novas variações que podem ocorrer, também durante as mutações. O único problema é que uma grande parte destes ‘mutantes’ são estéreis ou portadores de genes recessivos. As possibilidades de conseguir uma mutação ao longo de algumas gerações, necessárias à produção de uma linhagem ‘pura’, são tentadoras. Mas muitos de vocês já sabem que tudo pode acontecer no que toca a reproduções.
O processo utilizado para obter a tal linhagem ‘pura’ é conhecido como procriação consanguínea. O primeiro passo é a escolha de um casal com as mesmas características e do qual vocês gostem. Coloquem-no dentro de um aquário de 40 litros com filtro de esponja e algumas plantas flutuantes como local de parto e protecção para os recém-nascidos. (alguns guppys são predadores dos próprios filhos e outros não).
É fácil de ver quando é que as fêmeas estão grávidas, pelo volume da zona abdominal e pela mancha negra da gravidez na mesma zona, que vai escurecendo cada vez mais. Durante a gestação deverá adicionar algumas gotas de vitaminas no alimento antes da distribuição do mesmo. Depois do parto elas darão à luz novamente no espaço de um mês.
Da primeira criação, já adulta, escolha uma fêmea saudável e junte-a com o pai. Na geração seguinte escolha outra fêmea de boa qualidade e junte-a com o avô. E assim sucessivamente durante várias gerações o que lhe permitirá definir aquelas características que pretende.
O professor Winge, da Dinamarca, utilizou este processo durante 24 anos sem qualquer introdução de ‘sangue novo’. O resultado que obteve foi uma linhagem de guppys de maior tamanho e mais fortes, sem quaisquer sinais de deficiências resultantes do processo.
Controle as novas gerações e veja se algum macho apresenta alguma característica nova que possa originar novas linhas. Se o primeiro macho morrer, escolha um filho saudável e continue todo o processo a partir daí. Este processo é mais eficaz do que o cruzamento de meios-irmãos.
Conforme as crias vão crescendo deve separar (sexagem) as fêmeas dos machos. Elas podem acasalar e reproduzir-se num curto espaço de tempo, a partir dos 4 meses de idade.

Restaurantes recomendados...

Os recém-nascidos podem ser alimentados com alimento de dimensão apropriada (por exemplo, sera-mikropan; se quiser pode fazer uma papa, misturando-o com água) várias vezes ao dia, alternando com artemia recém-nascida, para garantir um crescimento saudável. Utilize muitas plantas, umas com raiz e outras flutuantes, para que as crias se possam esconder e ao mesmo tempo crescer sem problemas. Sagittarias, fetos americanos, synnemas, cabombas e muitas outras espécies servem perfeitamente. Os guppys são omnívoros e gostam de carne e vegetais. Por isso, uma dieta equilibrada deverá incluir alimentos com componentes animais e vegetais, como as dietas sera fd e o sera flora.
Nota: a distribuição desregrada de tubifex pode originar hidropisia.
Umas pequenas lambarices de espinafre ou alface, escaldados, tornarão a ementa completa. Assim protege também as suas plantas de eventuais trincadelas. Alimente-os duas vezes por dia e se a sua mão se enganar e exagerar na dose, deverá retirar todo e qualquer excesso de alimento que não foi consumido no espaço de 5 minutos, com um aspirador. Lembre-se que os guppys têm uma boca pequena e um intestino bastante comprido, o que equivale a dizer que cerca de duas horas mais tarde já estão com fome, mas restos em demasia, que por preguiça (ou porque pensou que eles daqui a um bocado já comem) não retirou, é apenas um mau hábito que pode originar a perda da qualidade do aquário de que tanto gosta.

E médicos?

Apesar do facto de os guppys serem muito resistentes, as fêmeas grávidas ficam muito sensíveis ao frio (a temperatura deverá manter-se a 24ºC), e no caso de algum arrefecimento inoportuno, podemos ficar perante uma praga de íctio (ponto branco) ou mesmo fungos. Nestes casos deverá elevar um pouco a temperatura da água (cerca de 3ºc a 4ºC) do aquário e adicionar, por exemplo, sera-ectopur em conjunção com sera-costapur (de acordo com as instruções de cada um dos produtos) e o problema será debelado sem perdas..

Para as novas gerações

Não precisa de gastar muito dinheiro nem precisa de ser um cientista para criar guppys e desfrutar de toda a sua beleza em sua casa.
Tanto os principiantes como os mais experimentados podem apreciar e sentir a alegria da criação de um dos mais antigos companheiros do fascinante mundo aquático. O guppy manteve-se como ‘o peixe favorito’ durante muitos anos e assim acontecerá com as gerações (e porque não ainda a nossa?) que se seguem, que esperamos continuem a evoluir no sentido de sentirem cada vez mais respeito pelo mundo que nos rodeia ... com a ajuda do pequeno (mas sempre grande) Guppy!


Com algumas leituras pelo meio e o obrigado ao José Júlio, pelo sexo dos melanóforos...

marioadearaujo@gmail.com

quarta-feira, 25 de junho de 2008

Ciclídeo Papagaio

Fichas de peixes


Ciclídeo Papagaio
Um peixe de popularidade surpreendente



Na foto 2 exemplares do aquário






No mundo da aquariofilia assistimos muitas vezes a coisas excepcionais para as quais não se consegue dar um significado ou mesmo compreendê-las. Fenómenos que muitas vezes são únicos, que não se repetem mais e que inevitavelmente suscitam uma grande curiosidade ao aquariófilo ....
Por outro lado muitas destas coisas surpreendentes ficam no segredo dos deuses porque não se comentaram, não se escreveu nada sobre elas, a máquina fotográfica não tinha rolo, a cassete de vídeo estava com a telenovela, etc., etc. isto para não falar do tempo que nunca temos ... Penso que esta será uma das vantagens da troca de ideias e experiências entre os apaixonados da aquariofilia ou de qualquer outro tipo de passatempo. Daí que, das poucas coisas que eu fui, ou fomos, juntando ao longo do tempo, possa eu ou qualquer um de vocês partilhá-las com muitos outros que têm a tal “curiosidade” de querer saber um pouco mais ... ou como diria um pensador de outros tempos: “procura o porquê das coisas ...”
Um destes casos “estranhos” passa-se num aquário panorâmico, de 1 metro, fabrico tradicional, e com cerca de 100 litros de água, instalado na sala de espera de um consultório médico, que passo de imediato a descrever.
Os felizes hóspedes deste aquário eram e são dois casais de ciclídeo papagaio e um botia palhaço. O fundo está coberto de areia média, cerca de 4 cm de altura, alguns troncos, raízes e rochas não calcárias. Duas pequenas pedras porosas disfarçam um difusor colocado no lado posterior esquerdo do aquário.
A iluminação é garantida por um tubo fluorescente ‘Freshwater’ de 25w, da marca sera, que se mantém acesa durante as horas de funcionamento do consultório e, por incrível que pareça, o aquário não tem planta nenhuma por opção do proprietário.


O filtro, um B 200 da sera, aplicado no vidro traseiro do aquário,foi instalado com sera biopur, sera carvão activo e sera lã de vidro. Para manter a temperatura o novo sera aquecedor com termóstato de 100 watts.
No que diz respeito aos parâmetros da água temos uma temperatura média de 29ºC, um pH de 7.0 a 7.5 e uma dureza total de 12ºdgH, valores fáceis de quantificar com os sera-Testes pH e gH, respectivamente. Uma vez por mês faz-se uma mudança de água de cerca de 30 litros: 20 litros de água da torneira deixada em repouso durante 20 dias e depois decantada e bioacondicionada com sera aquatan, e cerca de uma hora depois sera nitrivec. Os outros 10 litros são de água de osmose. O carvão também se substitui e adicionam-se oligoelementos para água doce, que neste caso é o sera activant e sera fishtamin, suplemento vitaminado que pode ser adicionado no alimento.
Os ciclídeos papagaio que habitam este aquário foram comprados há mais ou menos três anos e mediam cerca de 7 cm. Desde essa altura que cresceram de uma forma inusitada, e atingiram um tamanho (de 20 a 25 cm) que de dia para dia faz com que o aquário pareça cada vez mais pequeno ao ponto de eles aparentarem algumas dificuldades nos seus movimentos ou mudanças de direcção. Os papagaios são alimentados uma vez ao dia com sera cichlid sticks, granulado para ciclídeos, alternado com sera red parrot, granulado colorante específico para esta espécie, que eles comem rapidamente como que para não deixar nada para o botia mas que sempre come o que eles deixam escapar ou que lhes consegue roubar em manobras mais ou menos arrojadas.
O tamanho deles desperta a maior curiosidade de todos os que os vêem e também de alguns comerciantes do ramo que afirmam nunca ter visto ciclídeos papagaio tão crescidos, nem em lojas nem nos importadores.
Ainda não há literatura específica sobre os ciclídeos papagaio, mas há muita informação de aquários perfeitos para espécies de grande porte, sistemas de filtragem e equipamentos que permitiriam, talvez, que estes dois casais já se reproduzissem (falarei do que isto poderá querer dizer, algumas linhas mais abaixo), já que é praticamente uma certeza que isso não acontece devido à falta de condições ambientais.

Muito tempo e algumas energias, foi o 1º aquário deste médico que assume a sua inexperiência neste campo, uma grande vaidade e orgulho que faz com que o nosso Dr. pondere a hipótese de levar os seus “papagaios” a concurso se alguma vez se realizar algum.

Os meus comentários

Sem querer entrar na polémica de conseguir a selecção de algumas espécies de peixes de uma forma bizarra, gostaria no entanto de acrescentar alguns pontos a este relato.
Em Junho de 98, num artigo de Ángel Cánovas, os “Papagaio Vermelho”, “Papagaio Sangue” ou “Ciclídeos Papagaio” (como ficaram mais conhecidos) ficou perfeitamente claro que são o resultado de uma reprodução selectiva obtida do cruzamento de três espécies: Archocentrus nigrofasciatus, Amphilophus labiatus e Heros severus.
Não nos esqueçamos que todas estas espécies estavam ‘reunidas’ no grande género Cichlasoma, o que lhes dá já uma certa ligação. Mas apesar disto não se sabe nada de muito preciso da verdadeira “proveniência” dos Ciclídeos Papagaio, já que os criadores asiáticos que seleccionaram esta espécie guardam religiosamente este segredo por motivos comerciais (pois que de todos os ciclídeos, excluídos os Discus e os Escalares, os Ciclídeos Papagaio são os mais vendidos em todo o mundo ...).
Considerado pois o facto de que os Ciclídeos Papagaio são o resultado de uma série de cruzamentos entre Ciclídeos “geneticamente compatíveis”, poderemos muito facilmente concluir que estes peixes são híbridos estéreis.
Mas a experiência (mais uma vez Cánovas), vai contra esta conclusão, pois conseguiu a reprodução entre uma fêmea de Ciclídeo Papagaio e um macho de Theraps (ex Cichlasoma!) synspilum. Fica a dúvida: serão só estéreis os machos de Ciclídeo Papagaio? Este autor nunca conseguiu, em nenhum dos seus aquários a reprodução destes Ciclídeos.
Por outro lado a falta de espaço (conforme apontado anteriormente) também não é uma limitação, pois há muitos relatos de reproduções de Ciclídeos ‘gigantes’, com mais de 15cm, em aquários de 100 litros ...
Considerada a popularidade dos Papagaios Vermelhos entre os aquariófilos de todo o mundo, e de Portugal principalmente, deixo aqui um apelo a todos vocês: fotografem, filmem, escrevam a contar as vossas experiências com estes peixes (então e os outros?).

Um abraço aquariófilo

Mário d’Araújo

marioadearaujo @gmail.com

















terça-feira, 17 de junho de 2008

Anémonas Aiptasia

Tão graciosas como invasoras:
as Aiptasia


Para o meu amigo David Quaresma
Pesquisa e texto de Mário d’Araújo














Anémona Tubo
Anémona Vidro
Aiptasia Havaiana





Os meus primeiros contactos com aquários de água salgada foram há já alguns anos, na Damaia, aquando de uma visita à Ruimar, onde ainda funcionava aquele aquário que para mim era o maior de todos que tinha visto ou imaginado. Depois e se a memória não me atraiçoa, encontrei mais aquários de água salgada no Aviário Paraíso (nessa altura na R José Falcão) e um pouco mais tarde, já nos anos 80, na Foz, na Vending-Pai.

Foi neste último que me decidi (ou me convenceu) a montar um aquário de água salgada ... As primeiras tentativas aliadas à pressa de querer de tudo um pouco no aquário redundaram em fracassos sucessivos que me deixavam uma sensação de derrota ... mas era só falta de consideração pelos meus amigos de barbatanas!!!

E quase todos nós passamos por estas situações de querer mudar de água doce para água salgada, de gupis para discus, apesar dos sucessos ou dos insucessos que nos vão aparecendo. Pior ainda quando não conseguimos informação adequada para resolver os problemas que nos surgem e depois aquele hábito da net e das “verdades da net”: o que lá está reina acima de toda ou qualquer hipótese de racionalidade ... seja de boa ou de má qualidade!!! Adiante ...

Foi por acaso que decidi escrever sobre aquelas pequenas e belas anémonas, tão bonitas quanto indesejáveis, que são as Aiptasia. Já há algum tempo que um amigo de longa data, que não vos digo quem é, me tem vindo a falar de um problema que tem num dos seus aquários de água salgada com estes habitantes que já quase não o deixam dormir ... E como se não bastasse encontrei-o na Batalha, na Aquadecor, e lá veio à conversa a colónia de Aiptasia e as várias tentativas, até agora frustrantes, de as eliminar do aquário.

O meu primeiro encontro com estas pestinhas foi no aquário da sala de entrada da Orni-Ex. Apareceu uma, depois outra e por aí fora. Lá fui buscar livros e revistas, experimentei algumas das ideias e pelo meio apareceu o Dr. Paulo Rema que me sugeriu uma subida substancial do potencial redox (que foi para cerca de 575mV) e passados alguns dias elas desapareceram. Fiquei satisfeito mas ao mesmo tempo insatisfeito por não ter percebido muito bem o que se tinha passado, pois houve uma série de factores (dos quais não vale a pena falar agora, como por exemplo do filtro de fundo que está instalado no aquário) que ocorreram em simultâneo e não concluí se tinha sido por uma coisa ou por outra ou se por todas ao mesmo tempo.

Assim e apoiado num estudo de Alf J. Nilsen que me pareceu, até à data, o mais elucidativo (e ao mesmo tempo pouco maçador) e com soluções ao alcance de qualquer um, algumas um pouco difíceis e outras tão simples que nem delas nos lembraríamos, vou tentar resumir todas as informações que achei mais interessantes e misturá-las com algumas das experiências que passaram por mim, ou melhor pelos aquários que estavam e estão sob o meu cuidado ...

Não é de todo difícil encontrar aquários de água salgada em casa de amigos ou mesmo no comércio da especialidade com montes de algas filamentosas e entre estas estranhos pólipos transparentes muito bonitos oscilando ao sabor das correntes. Mesmo, na opinião de alguns (eu inclusive), muito bonitos. Só que apesar de todo o seu encanto estas pequenas anémonas são hóspedes indesejáveis!! chegando a ser uma praga nos aquários de recife, invadindo-os sem que nos pareça possível eliminá-las.
Então o que é que são, afinal, as Aiptasia? Porque é que estas pequenas anémonas crescem e se propagam tão ràpidamente no aquário? O que fazer para as controlar?

Uma pequena abordagem biológica

As Aiptasia (género Aiptasia) são anémonas (filo Cnidaria, ordem Actiniaria) que pertencem à família dos Aiptasídeos. As Aiptasia spp. são comuns nas águas baixas e ricas em nutrientes. O número de espécies existentes, distribuídas um pouco por todo o mundo, é desconhecido, mas a maioria vive em águas quentes ou temperadas. A lista compilada em 1949 por Oscar Carlgren apresenta 12 espécies, mas é necessária uma revisão desta matéria pois existem provàvelmente muitas outras para além destas descritas neste trabalho. Assim usarei a designação Aiptasia spp. neste artigo, evitando qualquer referência à identificação da espécie, até porque também me obrigaria a uma maior pesquisa e a mais telefonemas para a Universidade de Trás-os-Montes.

As Aiptasia têm um corpo longo e liso; o disco superior tem um diâmetro variável, de um a poucos centímetros; os tentáculos são longos. símplices, lisos, quase sem protecção e nascem da parte externa do disco superior. A coloração habitual é a cinzenta escura ou a castanha, devido à presença das algas simbióticas (zooxantelas). As anémonas alimentam-se dos produtos orgânicos das zooxantelas mas também capturam plâncton e partículas de comida. Em condições favoráveis (luz intensa e água bem movimentada com partículas orgânicas em suspensão) a taxa de crescimento pode ser muito elevada, um facto já comprovado por muitos entusiastas experientes da aquariofilia marinha!

Nos aquários (e provàvelmente também na natureza) as Aiptasia reproduzem-se assexuadamente por divisão do pé, onde surgem pequenos pedúnculos de tecido que se libertam espontâneamente. Passadas uma a duas semanas em cada filhote desenvolve-se uma boca e pequenos tentáculos e estes começam a alimentar-se com partículas de comida. As Aiptasia também se podem multiplicar libertando ‘rebentos’ que, como os pedúnculos originados pela laceração do pé, são clones (cópias genéticas) do indivíduo adulto. Estes libertam-se e rastejam ou são transportados pelas correntes dispersando-se por todo o lado.

As Aiptasia no aquário

As Aiptasia aparecem nos nossos aquários sempre à boleia, em grupos ou isoladas, na rocha viva ou no pé de algum coral, sem que sejam detectadas. É muito difícil, se não impossível, descobrir os exemplares mais jovens: há que procurar uma roseta de tentáculos transparentes disfarçada num qualquer pequeno orifício de rocha ou de coral.
Em alguns aquários, as Aiptasia reproduzem-se ràpidamente formando populações numerosas e pràticamente incontroláveis , enquanto que noutros tal não acontece não havendo sinais de reprodução. E então como é que isto se pode explicar? Provàvelmente por muitas razões ☺.
A primeira e a mais óbvia, na maioria dos casos de aquários de recife, é a falta de predadores naturais das Aiptasia. Na natureza são comidas por muitos peixes (como alguns Chaetodontídeos e Pomacantídeos) e por alguns moluscos e crustáceos. Os peixes que se alimentam de corais, geralmente existem exclusivamente nas barreiras de corais, vão depenicando e comendo os pólipos e as Aiptasia, mas também comeriam corais nos nossos aquários.
A segunda é que a propagação das Aiptasia pode também variar com o teor de nutrientes da água. Um ambiente rico em nutrientes e detritos parece ser o mais favorável para uma rápida proliferação. É um facto que o teor de nutrientes (concentrações de nitratos e de fosfatos) na maioria dos aquários marinhos é muito mais elevado do nas águas das barreiras de recife.
Uma terceira razão pode ser a luta pelo espaço. Todos os animais necessitam de espaço e lutam pelo seu território, tanto em liberdade como em cativeiro. É uma guerra química! Num aquário densamente povoado por corais ou Cnidarídeos, as Aiptasia têm uma vida dura para conseguir espaço, áreas livres sobre a superfície da rocha viva. Os nematocistos das Aiptasia são muito potentes. Este factor aliado ao corpo comprido, fino e flexível e tentáculos ondulantes faz destas anémonas umas vencedoras na luta pelo espaço no aquário.
Um outro (e óbvio) motivo do sucesso das Aiptasia nos nossos aquários são as suas variadas estratégias de reprodução que já referi anteriormente. Usufruir de sistemas reprodutivos assexuados – para além dos sexuados – é a forma perfeita de assegurar s sobrevivência da espécie.


Mantê-las sob controlo

Será que consegue controlar a população de Aiptasia no seu aquário? A resposta a esta questão é “Sim!” seguido de “mas não é fácil!”. São três os métodos de controlo: mecânico, químico e biológico.
O controlo mecânico implica a remoção física das anémonas, deveras complicado. Se há Aiptasia sobre um pedaço de rocha viva, este deve ser retirado do aquário ràpidamente. Deixamo-lo ao sol alguns dias e depois enxaguamos com água doce. Pode depois ser utilizado como decoração morta. Este tratamento, com remoção da rocha viva e consequente deterioração, não é uma solução que se possa aconselhar. E, em caso algum, não deve tentar arrancar ou esmagar as Aiptasia! Uma anémona mesmo muito danificada, pode regenerar-se originando uma nova anémona. Assim, não as elimina e acabam por aparecer ainda mais anémonas.
O controlo químico é um pouco arriscado, mas pode funcionar, se utilizado nos em particular nos primeiros exemplares detectados. Este tipo de actuação é levada a cabo com a injecção de substâncias químicas directamente nas anémonas, utilizando uma seringa com agulha. Alf Nielsen afirma ter sido bem sucedido com a injecção de três substâncias: uma solução saturada de hidróxido de cálcio – Ca (OH)2, água de cal; hidróxido de sódio – NaOH, vulgo soda cáustica, que como o hidróxido de cálcio é fortemente básico e ácido clorídrico (HCl) a 5%, elemento muito ácido. Teòricamente poderíamos também utilizar sulfato de cobre (CuSO4), mas nunca num aquário com invertebrados pois o cobre é um metal pesado que se espalhará na água do aquário, sendo fatal para os mesmos.
Uma pequena seringa, com um volume de 2 a 5ml é o ideal, tendo sempre em atenção que as agulhas são muito finas e é muito difícil evitar umas picadelas ... recomendo o máximo cuidado no seu manuseamento. Deve lavar todo o material em água doce corrente, depois de utilizado. As injecções devem ser dadas no disco central das anémonas, de modo a que os produtos químicos encham o corpo do animal. Isto provoca geralmente a contracção das anémonas que passado pouco tempo de desfazem. Eliminar grandes quantidades de anémonas desta forma é muito trabalhoso e ao mesmo tempo desaconselhável pelo facto de provocarmos desequilíbrios iónicos na água com excesso de injecções. Para além disso haverá muitas anémonas em locais de acesso impossível.
Outras anémonas infestantes como as Anemonia sp. e as Thalassianthus aster (também capazes de se multiplicarem nos aquários criando populações invasoras), podem à partida ser controladas quìmicamente.
Uma outra forma química de combater as Aiptasia é a aquisição de produtos comerciais específicos, com a indicação de que as combatem selectivamente, bastando adicioná-los na água do aquário. Não experimentei nunca este tipo de tratamento mas uma das regras básicas do Sr Nilsen é não adicionar compostos químicos desconhecidos nos aquários de recife.

O combate biológico

O combate biológico é o que mais se assemelha ao controlo de propagação das Aiptasia na natureza. Para isso introduziremos no aquário organismos que se alimentam destas pequena anémonas, que limitarão ou inibirão a sua expansão. Um método muito eficaz mas que apresenta algumas contrariedades quase que óbvias: a primeira é que é muito difícil de encontrar organismos que se alimentem exclusivamente de Aiptasia. De facto, muitos dos predadores dos nosso inquilinos também se alimentam de outros animais, como dos Hidrozoários, de anémonas coloniais e pequenos pólipos Madreporários.
O mais selectivo dos predadores das Aiptasia é provàvelmente o Berghia verrucicornis do Mar das Caraíbas. Este pequeno (não passa dos 35mm) Nudibrânquio branco alimenta-se exclusivamente das Aiptasia acumulando e utilizando as algas simbióticas das anémonas nos seus próprios tecidos. Mas, o tal ‘mas’ que aparece quando não é preciso, é quase impossível de encontrar no mercado da aquariofilia, apesar de aparecer nas listas de alguns exportadores americanos. Os Nudibrânquios são muito sensíveis e a aclimatação aos aquários deve ser extremamente cuidada. Consegue-se a sua reprodução em cativeiro mas com muito esforço e um empenho notável por parte do aquariófilo, em ambientes muito limpos e pràticamente esterilizados.
Aficcionados e associações de aquariofilia tentam dar vida a este projecto de reprodução deste Nudibrânquio. Muitas informações e numerosas referências, do Dr S.C. Kempf e do Dr D.J. Carrol, relativas à criação do Berghia verrucicornis
estão disponíveis no quarto volume da edição “The Modern Coral Reef Aquarium” (Fosså & Nilsen; Birgit Schmettkamp Verlag) que penso já está disponível no nosso mercado.
E vamos lá meter mais um ‘mas’ no meio disto tudo: se o Berghia verrucicornis se alimenta exclusivamente de Aiptasia, quando estes pequenos monstros acabarem, o Nudibrânquio começa a passar fome. Por outras palavras deveremos assegurar que haja sempre comida para os Berghia. Este potencial problema pode ser resolvido mantendo um aquário separado com uma cultura de Aiptasia. O outro lado engraçado desta situação é que já referimos a dificuldade na manutenção destes animais em cativeiro e o Berghia verrucicornis revelou-se uma das poucas espécies que consegue sobreviver. Aliás um aquário específico só com Aiptasia e Berghia é só por si uma atracção.

Nudibrânquios ou Camarões?

O camarão Lysmata wurdemanni é talvez o melhor dos predadores das Aiptasia. Apesar de conseguir alimentar-se de outras coisas para além das Aiptasia, o facto de ser relativamente comum faz deste camarão uma óptima escolha para muitos aquariófilos se comparado com o Berghia verrucicornis. O Lysmata wurdemanni está distribuído pelo Atlântico ocidental, de New Jersey até ao Brasil. É uma espécie muito próxima do Lysmata californica que vive no Pacífico oriental e que é em quase tudo idêntico ao wurdemanni mas difícil de encontrar no mercado. O Lysmata wurdemanni um camarão que não come pólipos de coral. Muitas vezes quando não encontra Aiptasia, alimenta-se de parasitas dos peixes que fazem parte da sua alimentação natural. Quando em cativeiro também aceita alimentos de substituição como flocos, plâncton congelado ou liofilizado.
É uma espécie nocturna e daí que a caça às jovens Aiptasia seja feita pelo Lysmata wurdemanni nos períodos de escuridão. A selectividade dietética da espécie varia de exemplar para exemplar, provàvelmente dependendo da proveniência e dos hábitos adquiridos enquanto em cativeiro após a captura. Há informações de que os exemplares capturados na Florida consomem mais Aiptasia do que os de outras regiões. Pode também ocorrer uma mudança de hábitos alimentares e levar a que os Lysmata se alimentem de Aiptasia enquanto estas estão disponíveis, e, se estas desaparecerem procurarem outra alimentação. Daí que seja importante a observação destes camarões e registar os tipos de alimentos que consome, O Lysmata wurdemanni é territorial mas precisa de pouco espaço e um aquário de dimensões médias pode albergar alguns indivíduos.



Há também alguns peixes que são potenciais predadores de Aiptasia mas nenhum deles o faz selectiva ou exclusivamente. Nos princípios da aquáriofilia o Chaetodon kleinii era muito utilizado na luta biológica contra as Aiptasia
(é talvez o mais resistente de todos os Chaetodontídeos). Alimenta-se de facto das Aiptasia mas tem a tendência de alterar os hábitos alimentares procurando vermes tubícolas e pólipos de corais. Há no entanto relatos de muitas reproduções de Chaetodon kleinii bem sucedidas sem qualquer tipo de referência a danos sérios causados nos corais.

O Chaetodon lunula pertence à mesma categoria dos Chaetodon kleinii mas não conheço nem tive acesso a relatos que possa levar à conclusão de que é predador de Aiptasia.


Um outro caçador de Aiptasia é o Chelmon rostratus: alimenta-se de Aiptasia mas também de outros invertebrados. A boca está particularmente preparada para retirar alimento de pequenas cavidades e furos, estando já comprovada a eliminação total de Hidrozoários e vermes tubícolas em aquários por estes peixes que também atacam Madreporários e corais moles.

na foto: Chelmon rostratus

Qual é a conclusão?

A conclusão? Muito difícil de definir, tanto quanto a complexidade da questão!
Se nos depararmos com uma invasão de Aiptasia que já tapa ou cobre a decoração do aquário, aconselho (apesar de não ter conseguido arranjar nenhum!!!) o controlo biológico com o Berghia verrucicornis e com o Lysmata wurdemanni em simultâneo (e à falta de uma das espécies, só com a outra).
Se o aquário é novo e queremos eliminar as Aiptasia, aconselho a remoção física ou química dos exemplares descobertos e depois a introdução de um grupo de exemplares de Lysmata wurdemanni como hóspedes residentes do aquário.

A troca de informações ou resultados obtidos é muito importante: contem-nos as vossas experiências nas tentativas de controlo das Aiptasia nos vossos aquários ... e ...

Boa sorte!!!

marioadearaujo@gmail.com