TANICHTHYS ALBONUBES
Néon Chinês ou White Cloud
Néon Chinês ou White Cloud
Mário d’Araújo
Pesquisa e adaptação
Resumo sistemático:
Família – Ciprinídeos
Sub-família – Rasboríneos
Género – Tanichthys
Espécie – Tanichthys albonubes (Lin 1932)
Origem – Riachos das ‘Montanhas das nuvens brancas’ (Gungzhou – Cantão/China e Hong-Kong)
Tamanho – Fêmea 4cm, machos um pouco mais pequenos
Comportamento – peixe de cardume, pacífico e relativamente tranquilo, sempre activo no aquário
Água – sem necessidades de maior, desde que sempre limpa com temperaturas de 14º a 24ºC
Alimentação – pouco exigente, mas aconselhamos uma dieta bastante variada, com alimento em flocos, congelado e/ou vivo como a Artemia recém-nascida.
Nota – a espécie não tolera temperaturas muito elevadas e fica perfeitamente em aquários sem aquecimento.
O Tanichthys ou Néon Chinês, é um pequeno peixe castanho-esverdeado com barbatanas vermelhas e amarelas (quando em boas condições) e um linha amarela semi-fluorescente que vai desde os olhos até à cauda. Claro que por palavras não consigo descrever esta pequena maravilha com o rigor que desejava.
Este peixe está, na minha opinião, pouco popularizado e, regra geral, a maioria dos aquariófilos não lhe dá o seu real valor.
Foi descoberto por volta de 1938 por um escuteiro chinês de nome Tan do qual nasceu Tanichthys que significa “Peixe de Tan” ou “Tan’s Fish”. Também lhe chamam por vezes “White Cloud Mountain Fish” em virtude do local onde foi encontrado: as Montanhas da Nuvem Branca.
É mais uma espécie a juntar ao grupo de peixes para principiantes já que são muito resistentes, fáceis de manter e de reproduzir, pois suportam aqueles pequenos erros e algumas negligências ou exageros inerentes ao próprio facto de se ser um principiante.
Como generalidades posso dizer que:
- é conveniente adquirir um grupo de 3 ou mais exemplares (de 7 a 20 é o ideal) pois que gostam de viver em grupo;
- o comportamento em aquário é óptimo, mas não se esqueça de que é um peixe pequeno (de 3 a 4cm) e portanto não deve ser misturado com peixes grandes ou muito terroristas;
- é omnívoro, comendo de tudo um pouco;
- olhando a que é um peixe originário de águas frias, que frequentemente transportam massas de gelo, será preferível mantê-lo num aquário não aquecido, com a água sempre cristalina (pois parecem muito sensíveis a águas turvas) e algumas plantas (Elodeas ou Cabombas, etc.) de modo a obter pequenas zonas de vegetação mais densa, e algumas rochas ao gosto de cada um;
- pode ser mantido sem grandes preocupações de pH (de 5.5 a 8.2) ou dH (de 4º a 12º), desde que não haja variações bruscas de nenhum destes parâmetros;
- a temperatura deve ser mantida entre os 14º e os 20º durante as estações frias e entre os 18º e os 24º nas estações mais quentes. Claro que estes peixes suportam tanto temperaturas mais baixas como mais elevadas do que as atrás referidas. No entanto, a temperaturas acimas dos 25º (se por largos períodos de tempo) as defesas naturais desta mini-jóia vão enfraquecendo, com a consequente redução de longevidade;
- a distinção dos sexos é muito fácil. Os machos apresentam cores mais intensas e as fêmeas são mais gordinhas, mesmo fora das épocas de reprodução.
Reprodução
Há várias maneiras de se conseguir a reprodução desta espécie e referirei apenas três das que consegui, de uma forma breve e simples.
Deve escolher exemplares adultos, duas fêmeas e dois ou três machos, que devem estar bem alimentados (sera micron, sera fd larvas de mosquito).
Utilizei aquários com uma capacidade de 20 litros, equipados com filtro de fundo activado com difusor de ar, 4 a 5cm de espessura de areia média, e, como decoração vegetal musgo de Java (na falta deste pode utilizar Cabomba, Ambulia, Myriophyllum, etc.) e feto americano deixado a flutuar.
Pequenas mudanças de água , 1 a 2 litros, de 3 em 3 dias, recolhida de um aquário sem peixes,mas filtrada com sera Lã de Vidro e acondicionada com sera Aquatan.
1 – Coloquei as fêmeas e os machos em aquários separados, a 18ºC, subindo a temperatura das fêmeas gradualmente para 26º (os machos manter-se-ão a 18ºC).
Durante uma semana alimentaremos bem os animais, sera Tubifex FD e sera Dáfnias FD, carne raspada e sera San, misturados com sera Fishtamin, em pequenas quantidades e várias vezes ao dia.
Passados estes 7 dias (os animais devem estar bem activos e as fêmeas bem volumosas) passaremos um macho para o aquário das fêmeas, com os devidos cuidados inerentes à mudança de temperatura (de 18º para 26ºC).
Alguns instantes depois começará a “dança” do macho, agora muito mais colorido, abrindo as barbatanas em frente de uma das fêmeas, que de repente se decide a entrar nas plantas onde se imobiliza de cabeça para baixo. O macho segue-a de imediato e coloca-se ao lado dela, abraça-a e saiem alguns ovos, que são fertilizados de imediato. A fêmea muda de sítio e tudo se repete. Isto acontecerá ora com uma ora com a outra fêmea (caso o macho mostre sinais de fadiga ou desinteresse, trocá-lo-emos por outro). Quando tudo isto deixa de acontecer retiraremos os reprodutores.
Vinte a trinta horas depois aparecem os primeiros alevins, espalhados pelas plantas, pelos vidros e na areia. 3 a 4 dias depois já nadam livremente e podem ser alimentados com sera Micron e sera Plankton Tabs (reduzidas a pó e misturadas com sera Fishtamin) alternando com Artemia recém-nascida.
2 – A diferença entre este método e o anterior é que os reprodutores foram todos introduzidos ao mesmo tempo no aquário, sem separação dos sexos. As posturas ocorreram dois a três dias depois.
3 – Este é, para mim, o mais interessante já que tudo se passou a 14ºC, sem separação de sexos e com uma alimentação base, sera Vipan. De um grupo de 23 exemplares, separaram-se alguns machos e fêmeas, cujas cores se intensificaram, enquanto o resto do grupo se mantinha do outro lado do aquário sem interferir em nada. Parecia que tudo se desenrolava como no estado natural. Depois de algumas horas o grupo reuniu-se e não mostraram indícios de querer comer os ovos, mas retirei todos eles do aquário.
Devido à temperatura da água os primeiros alevins apareceram cerca de 60 horas depois.
Em nenhum dos casos detectei que os pais comessem os recém-nascidos e cheguei a manter os casais com os filhos durante todo o período de crescimento, até que estes atingissem 1,5 a 2cm (altura em que os mais incautos os confundem com o Néon Innesi).
Espero que com estas pequenas indicações se decidam a experimentar a reprodução desta espécie que, mais uma vez aqui o digo, é das mais bonitas entre as espécies de pequenas dimensões.
Pesquisa e adaptação
Resumo sistemático:
Família – Ciprinídeos
Sub-família – Rasboríneos
Género – Tanichthys
Espécie – Tanichthys albonubes (Lin 1932)
Origem – Riachos das ‘Montanhas das nuvens brancas’ (Gungzhou – Cantão/China e Hong-Kong)
Tamanho – Fêmea 4cm, machos um pouco mais pequenos
Comportamento – peixe de cardume, pacífico e relativamente tranquilo, sempre activo no aquário
Água – sem necessidades de maior, desde que sempre limpa com temperaturas de 14º a 24ºC
Alimentação – pouco exigente, mas aconselhamos uma dieta bastante variada, com alimento em flocos, congelado e/ou vivo como a Artemia recém-nascida.
Nota – a espécie não tolera temperaturas muito elevadas e fica perfeitamente em aquários sem aquecimento.
O Tanichthys ou Néon Chinês, é um pequeno peixe castanho-esverdeado com barbatanas vermelhas e amarelas (quando em boas condições) e um linha amarela semi-fluorescente que vai desde os olhos até à cauda. Claro que por palavras não consigo descrever esta pequena maravilha com o rigor que desejava.
Este peixe está, na minha opinião, pouco popularizado e, regra geral, a maioria dos aquariófilos não lhe dá o seu real valor.
Foi descoberto por volta de 1938 por um escuteiro chinês de nome Tan do qual nasceu Tanichthys que significa “Peixe de Tan” ou “Tan’s Fish”. Também lhe chamam por vezes “White Cloud Mountain Fish” em virtude do local onde foi encontrado: as Montanhas da Nuvem Branca.
É mais uma espécie a juntar ao grupo de peixes para principiantes já que são muito resistentes, fáceis de manter e de reproduzir, pois suportam aqueles pequenos erros e algumas negligências ou exageros inerentes ao próprio facto de se ser um principiante.
Como generalidades posso dizer que:
- é conveniente adquirir um grupo de 3 ou mais exemplares (de 7 a 20 é o ideal) pois que gostam de viver em grupo;
- o comportamento em aquário é óptimo, mas não se esqueça de que é um peixe pequeno (de 3 a 4cm) e portanto não deve ser misturado com peixes grandes ou muito terroristas;
- é omnívoro, comendo de tudo um pouco;
- olhando a que é um peixe originário de águas frias, que frequentemente transportam massas de gelo, será preferível mantê-lo num aquário não aquecido, com a água sempre cristalina (pois parecem muito sensíveis a águas turvas) e algumas plantas (Elodeas ou Cabombas, etc.) de modo a obter pequenas zonas de vegetação mais densa, e algumas rochas ao gosto de cada um;
- pode ser mantido sem grandes preocupações de pH (de 5.5 a 8.2) ou dH (de 4º a 12º), desde que não haja variações bruscas de nenhum destes parâmetros;
- a temperatura deve ser mantida entre os 14º e os 20º durante as estações frias e entre os 18º e os 24º nas estações mais quentes. Claro que estes peixes suportam tanto temperaturas mais baixas como mais elevadas do que as atrás referidas. No entanto, a temperaturas acimas dos 25º (se por largos períodos de tempo) as defesas naturais desta mini-jóia vão enfraquecendo, com a consequente redução de longevidade;
- a distinção dos sexos é muito fácil. Os machos apresentam cores mais intensas e as fêmeas são mais gordinhas, mesmo fora das épocas de reprodução.
Reprodução
Há várias maneiras de se conseguir a reprodução desta espécie e referirei apenas três das que consegui, de uma forma breve e simples.
Deve escolher exemplares adultos, duas fêmeas e dois ou três machos, que devem estar bem alimentados (sera micron, sera fd larvas de mosquito).
Utilizei aquários com uma capacidade de 20 litros, equipados com filtro de fundo activado com difusor de ar, 4 a 5cm de espessura de areia média, e, como decoração vegetal musgo de Java (na falta deste pode utilizar Cabomba, Ambulia, Myriophyllum, etc.) e feto americano deixado a flutuar.
Pequenas mudanças de água , 1 a 2 litros, de 3 em 3 dias, recolhida de um aquário sem peixes,mas filtrada com sera Lã de Vidro e acondicionada com sera Aquatan.
1 – Coloquei as fêmeas e os machos em aquários separados, a 18ºC, subindo a temperatura das fêmeas gradualmente para 26º (os machos manter-se-ão a 18ºC).
Durante uma semana alimentaremos bem os animais, sera Tubifex FD e sera Dáfnias FD, carne raspada e sera San, misturados com sera Fishtamin, em pequenas quantidades e várias vezes ao dia.
Passados estes 7 dias (os animais devem estar bem activos e as fêmeas bem volumosas) passaremos um macho para o aquário das fêmeas, com os devidos cuidados inerentes à mudança de temperatura (de 18º para 26ºC).
Alguns instantes depois começará a “dança” do macho, agora muito mais colorido, abrindo as barbatanas em frente de uma das fêmeas, que de repente se decide a entrar nas plantas onde se imobiliza de cabeça para baixo. O macho segue-a de imediato e coloca-se ao lado dela, abraça-a e saiem alguns ovos, que são fertilizados de imediato. A fêmea muda de sítio e tudo se repete. Isto acontecerá ora com uma ora com a outra fêmea (caso o macho mostre sinais de fadiga ou desinteresse, trocá-lo-emos por outro). Quando tudo isto deixa de acontecer retiraremos os reprodutores.
Vinte a trinta horas depois aparecem os primeiros alevins, espalhados pelas plantas, pelos vidros e na areia. 3 a 4 dias depois já nadam livremente e podem ser alimentados com sera Micron e sera Plankton Tabs (reduzidas a pó e misturadas com sera Fishtamin) alternando com Artemia recém-nascida.
2 – A diferença entre este método e o anterior é que os reprodutores foram todos introduzidos ao mesmo tempo no aquário, sem separação dos sexos. As posturas ocorreram dois a três dias depois.
3 – Este é, para mim, o mais interessante já que tudo se passou a 14ºC, sem separação de sexos e com uma alimentação base, sera Vipan. De um grupo de 23 exemplares, separaram-se alguns machos e fêmeas, cujas cores se intensificaram, enquanto o resto do grupo se mantinha do outro lado do aquário sem interferir em nada. Parecia que tudo se desenrolava como no estado natural. Depois de algumas horas o grupo reuniu-se e não mostraram indícios de querer comer os ovos, mas retirei todos eles do aquário.
Devido à temperatura da água os primeiros alevins apareceram cerca de 60 horas depois.
Em nenhum dos casos detectei que os pais comessem os recém-nascidos e cheguei a manter os casais com os filhos durante todo o período de crescimento, até que estes atingissem 1,5 a 2cm (altura em que os mais incautos os confundem com o Néon Innesi).
Espero que com estas pequenas indicações se decidam a experimentar a reprodução desta espécie que, mais uma vez aqui o digo, é das mais bonitas entre as espécies de pequenas dimensões.
Como sugestão aconselho estes pequenos peixes para os aquários de água fria.
marioadearaujo@gmail.com
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